quarta-feira, 27 de novembro de 2013

DEU, NA COLUNA DE Sidnei Dal Rovere!: ABRAHAM KATZE NELSON BOXE ETERNAMENTE GRATO SERVIÇO PRESTADO AO BRASIL.

Figura ímpar no boxe profissional brasileiro, empresário e promotor, realizou os eventos de boxe com maior público no Brasil, o grande Eder Jofre chegou aos títulos mundiais das categorias de peso galo e também nos pesos pena com o Katzenelson como seu empresário.

Habilidoso em suas conversas, com facilidade em fazer amigos, amante e conhecedor da "nobre arte", um dos fundadores do Conselho Mundial de Boxe, conhecido e respeitado por empresários do mundo todo, assim era Abrahan Katzenelson.

No final dos anos 80 e início dos anos 90 desfrutei da sua amizade, estávamos juntos quase todos os dias da semana, ele me acompanhava e orientava nos treinamentos de boxe nas academias, foi meu empresário, íamos em diversas academias, treinávamos com boxeadores de estilos diferentes e com ele fui a Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru), treinei algumas vezes junto a ele e Luiz Camargo Wolfmann que na época já era o diretor do sistema penitenciário de São Paulo, tinha sido diretor da Casa de Detenção (Carandiru) e Penitenciária do Estado por alguns anos (simultaneamente).


Quem olhava para o empresário Abrahan Katzenelson jamais podia imaginar seu bom humor e suas brincadeiras diárias. Nascido na Lituânia, cresceu na Argentina e veio já adulto para o Brasil, na época, final dos anos 80, ele dizia que tinha 70 e picos anos de idade, faleceu em 2012.

O boxeador precisa estar sempre bem preparado para as competições e é necessário muita dedicação diária com a rudez dos treinamentos. 

Foi muito importante encontrar alguém como o Katzenelson para os dias ficarem mais descontraídos com as brincadeiras que ele fazia e que aprendi a fazer com ele.

Vou contar a vocês algumas brincadeiras nas quais que estive envolvido e até a que fiquei sabendo com ele e tive a confirmação com o personagem envolvido nela, o Kaled Curi.

Em novembro de 1960 saiu um grupo de brasileiros para Los Angeles, EUA para assistirem a disputa do título mundial de peso galo entre o brasileiro Eder Jofre e o mexicano Eloy Sanchez.

Nesse grupo estava o Kaled Curi (campeão brasileiro de boxe amador e profissional, jornalista e depois ainda foi empresário e promotor de boxe).

A viajem para Los Angeles era muito demorada, hoje ainda é, imaginem em 1960. Ao chegar no hotel Kaled pegou a chave do quarto e disse (em português) para o recepcionista: não estou para ninguém, vou dormir, estou morto de cansado.

O recepcionista vendo Kaled Curi caminhar em direção ao quarto e sem entender o que ele tinha falado em português, olhou para Katzenelson como quem não tinha entendido nada, Katzenelson falou para o recepcionista em espanhol: é para telefonar para o quarto dele a cada uma hora e falar "penicilina" porque ele está com uma infecção. Depois de três horas e da terceira chamada da recepção para o quarto do Kaled Curi, o mesmo desceu as escadas desesperado gritando para deixa-lo dormir. Falei ao Katzenelson: Katz por que fez isso? Ele respondeu: Claro, o sujeito vai pela primeira vez à Los Angeles, não conhece ninguém, quem iria procura-lo?

Katzenelson não comia muita verdura e quase nenhuma fruta, gostava de carne e seu intestino não funcionava muito bem, um dia eu levei para ele um comprimido "natural" cascara sagrada e disse a ele que era bom para ele ir com mais frequência ao banheiro.

Tive dias em que ri muito, chegava a chorar de rir, Katznelson falava: "ui, um rato só" e saia andando rápido, voltava e falava: "um rato mas e me borrava todo".

Fomos para Buenos Aires, Argentina, na Federacion Argentina de Boxeo, que ainda fica na Calle Castro Barrios e ali perto, quase na esquina, Rivadávia, Katzenelson tinha (não sei se ainda tem) um apartamento, e antes de partir para Buenos Aires,  pediu para eu comprar para ele mais "cascara sagrada".  Gonzales era o presidente da FAB na época e todos da FAB eram muito amigos do Abrahan Katzenelson, Katz chegando lá a primeira coisa que fez foi dar a todos seus amigos o "cascara sagrada", falou para tomarem o comprimido que era ótimo, iriam se sentir leve, mui amigo...Katznelson passou a tarde sentado na FAB e a cada amigo que saia correndo para o banheiro, ele levava a mão na boca e ria sem parar.

Em 1988, Salvador, Bahia, fomos fazer uma luta no "Balbininho", o evento foi grande, representantes da Federacíon Argentina de Boxeo estavam lá com boxeadores argentinos, levaram camiseta da FAB e distribuíram para alguns, o técnico carioca José Santa Rosa (falecido) também estava com boxeador nessa programação e ficou querendo uma camiseta da FAB. Aconteceu luta pelo título sul-americano e o juiz e árbitro Newton Campos foi até lá e atuou como juiz de uma das lutas, acabou a programação ele foi rapidamente para o hotel para dormir, seu voo para São Paulo iria sair às 7h  da manhã, tinha que estar no aeroporto às 6h da manhã.

Sabendo de toda a história, Katzenelson era o "match maker" do evento, bateu na porta do meu quarto quase 1h da manhã e pediu para eu telefonar para o Santa Rosa, como seu eu fosse o Newton Campos e dizer que era para vir até meu quarto porque estava com uma camiseta da FAB e era para ele (Santa Rosa). Fiz o pedido do Katzenelson e lá foi o Santa Rosa tocar a campainha do quarto do Newton Campos, depois de apertar a campainha algumas vezes, abre a porta do quarto o Newton Campos e fala: o quê você quer? Santa Rosa fala, a camiseta, Newton Campos: que camiseta? Santa Rosa: a da Federação Argentina, Newton Campos: Que Federação? Eu preciso dormir........

E o senhor com essa carinha séria da foto, 70 e picos anos de vida, sério no hall dos quartos do hotel assistindo toda a cena, para depois entrar em meu quarto e rir sem parar. As caras enganam.....

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