HISTORIA DE BOXE

História do Boxe


O imortal Pólux brilha no céu ao lado do irmão Cástor, na constelação de Gêmeos. Na Grécia Antiga, era reverenciado por defender com os punhos o seu povo e o ideal de fraternidade entre os homens. O pugilato, portanto, é atividade trivial desde os tempos em que os deuses viviam na Terra. Entre nós, mortais, os primeiros registros conhecidos do esporte datam de 3000 a.C., no Egito, onde os lutadores se enfrentavam para homenagear o soberano.

Em Olimpíadas, o boxe debutou nos 23os- Jogos da Era Antiga (688 a.C.), e o primeiro vencedor foi Onomastos de Esmirna. Outro punho célebre foi o de Diágoras. Ele triunfou nos ringues de Olímpia (464 a.C.) como o maior campeão da Antigüidade. Na época, em vez de luvas, usava-se uma longa tira de couro enrolada nas mãos. O boxe era um encontro grosseiro, de violência e brutalidade. Lutavam indianos, chineses, etruscos, coreanos. Entre os contendores houve um Mileto de Crotona, campeão que consumia dez quilos de carne e seis litros de vinho por dia! O último desportista coroado com louros, que ganhou a derradeira medalha dos jogos antigos, foi Varazdates da Armênia, o primeiro bárbaro a ir ao Olimpo, em 385 d.C. No reinado do cristão-novo Teodósio (379­395 d.C), o boxe foi à lona, proibido pelo imperador, e só se reergueu no século 15, na Inglaterra, de punhos nus. Daí a ser reconhecido como esporte foram quase 300 anos ­ o primeiro campeão oficial, James Figg, de 1719, soltava os braços sem usar luvas.

As leis do boxe atual surgiram em 1867, com o inglês John Sholto Douglas, o nono marquês de Queensberry. Ele, com ajuda do boxeador John Graham Chambers, elaborou as "regras de Queensberry", que instituíram rounds de 3 minutos e contagem de 10 segundos para o nocaute. Mas os punhos nus vigoraram nos EUA, até junho de 1889, quando John Sullivan e Jack Kilrain duelaram 2h16min23, nos EUA. Sullivan venceu a luta no 75º- assalto.

Em 1896, o barão Pierre de Coubertin ressuscitou as Olimpíadas, mas excluiu o boxe do rol dos esportes nobres. "Há maneiras mais elegantes de um homem mostrar superioridade sobre outro", justificou. O Comitê Olímpico fez-lhe coro e, em comunicado oficial, qualificou o esporte de "indigno de cavalheiros, perigoso e praticado pela escória da população". A popularidade do boxe, porém, levou-o a Saint Louis-1904. E, à exceção de Estocolmo-1912 (o esporte era proibido na Suécia), nunca mais deixou de valer medalhas. Apesar do nariz torcido do barão, a "nobre arte" tornou-se um dos esportes mais difundidos do planeta.

Os murros olímpicos brasileiros, porém, não têm força. Das 668 medalhas disputadas desde 1920, quando o País começou a freqüentar os Jogos, ele só ganhou uma ­ de bronze, com Servílio de Oliveira, em 68. É que, diante da milenar história do boxe, estamos só engatinhando ­ oficialmente o pugilismo nacional começa na década de 1920. Se isso explica, não justifica. E, se justifica, não explica. Por aqui, há gente de sobra ­ e com motivos suficientes ­ para esmurrar o alheio. Nossa escória, se nos permite o barão, "est notre farce, non notre farce" ­ é nosso recheio, não nossa farsa. Ó Cástor, ó Pólux, iluminai nossos pugilistas em Sydney.

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